
Não consigo, nem que eu tente,
negar que você era tudo o que eu queria. Ainda quero. Você, eu e aquele céu
estrelado onde costumávamos nos inspirar para inventar histórias.
Seu cabelo no gramado, sua mão
segurando a minha e o som da sua risada ao nosso redor. Não sei se te contei,
mas sempre que fico triste tento relembra-la em meus ouvidos.
Você nunca foi de falar muito e eu achava que
era porque não estava tão interessada. Eu meu medo de parecer boba demais ou
ingênua demais pra você. Mas ai, sem dizer qualquer palavra ou sem emitir
qualquer som que fosse, você me calava com seus lábios carnudos e o seu hálito
de cigarro.
Suas bochechas rosadas, seus
olhos azuis e cabelos compridos, seus vícios, seus erros e defeitos. Eu amo
cada um deles. Você insiste em ser do mesmo jeito que sempre foi, igual àquela
música do Renato Russo onde ele tentava provar ao mundo que não precisava
provar nada para ninguém.
Eles não enxergavam a sua doçura.
Você sempre a escondeu muito bem. Hoje sim eu dou valor a aquele ditado onde
dizem que é melhor se arrepender por algo que você fez do que por algo que você
não fez. Aquela foto escondida que nós tiramos ainda está guardada. Vou
confessar que ainda a olho todos os dias. Fico tentando sentir o cheiro de
cigarro que você deixava no meu moletom. Aquele que você deixava quando íamos
no banheiro e você dizia que me amava entre beijos e mãos.
Me disseram que quando amamos
muito alguém, devemos lutar por ela com unhas e dentes. Não me arrependi do
nosso último beijo, mesmo não sabendo que aquele seria o último. Sinto por ter
de te deixar. Sinto por ser deixada. Sinto por nos obrigarem a nos deixar. Mas
um dia, mesmo que demore, vou adorar sentir o cheiro do seu cigarro em mim de
novo.
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