Como escrever um livro - Buscando a inspiração

        Foi-se o tempo em que os escritores viviam a margem daquela típica imagem de filme, onde um homem, trancado em seu quarto e isolado e todo o mundo, solitário, com o coração partido, perde horas e até dias, sentado à mesa escrevendo a mão em sua folha de papel, depois rabiscando, amassando a folha e jogando no canto do quarto, junto de uma pilha enorme de folhas também amassadas.

Na última vez que escrevi pra vocês sobre a tag Como escrever um livro, falei um pouquinho sobre Prólogos. E hoje, vou falar um pouco sobre como achar inspiração na hora de escrever.

Hoje em dia, ser um escritor significa estar sempre um passo a frente das outras pessoas. Significa estar sempre antenado em tudo o que acontece a sua volta.

As pessoas gostam de se enxergar naquilo que estão lendo. Elas buscam a solução dos problemas delas naquilo que estão lendo. E como atender a essa expectativa dos leitores? Analisando a forma como ele se comporta.

Observe as pessoas. Preste atenção no que elas fazem, nas conversas que tem, nos gestos, nos problemas que enfrentam no dia-a-dia, em tudo! E escreva sobre o que você observa.

Uma vez eu ouvi alguém dizer sobre a rotina ser pior inimiga da criatividade. Ficar sempre no mesmo lugar, vendo sempre as mesmas pessoas, tendo sempre os mesmos assuntos não vai te acrescentar coisas novas. Quem quer inspiração precisa vivenciar momentos que tragam inspiração.

Sempre digo que quando a inspiração esgota, é porque está na hora de ir atrás de coisa nova. Quanto mais experiências novas você tiver, mais conhecimento, mais opiniões e mais histórias pra contar.

O que posso fazer para me inspirar?

1º - Assista filmes que tenham a ver com o que você quer escrever – ou não – e faça anotações sobre as cenas. Isso também serve para livros, afinal, como você vai transformar tudo em escrita, é legal saber como, nos livros, as cenas são colocadas.

2º - Vá a lugares que tenham a ver com as cenas que você vai descrever e vivencie aquele momento. Viaje para cidades diferentes – tanto históricas, quanto agitadas, quanto rurais –, repare em como é a arquitetura e o cenário dos lugares.

3º - Observe as pessoas em diferentes situações de seus dia-a-dias. No metro, na escola, na faculdade, na pracinha, na balada, no barzinho, na padaria, até na esquina da sua casa. Repare em como elas se vestem, em como agem, como são seus cabelos, repare em seus gestos, repare em suas aparências físicas, sobre o que conversam, etc. Uma coisa que gosto muito de fazer é, de vez em quando, sentar no banco de uma praça – com um caderno – e escrever sobre tudo o que eu vejo. Todo e qualquer acontecimento.

4º - Leia tipos diferentes de livros, diferentes tipos de autores – desde os mais sérios até os mais insanos –, diferentes tipos de temas, diferentes tipos de gêneros.

5º - Se você precisa ir em determinados lugares, por obrigação ou não, todos os dias, faça trajetos diferentes pra chegar lá.

6º - Trate de um mesmo assunto, com vários pontos de vista. Vamos supor que você quer escrever sobre drogas. Pergunte a várias pessoas – que tenham a ver com os personagens que vão existir no seu livro/crônica – o que elas pensam sobre isso. Seu mãe, seu pai, seu irmão, seu melhor amigo, um colega de trabalho, a tia da faxina, o padeiro, o vizinho, o velhinho da casa verde, a professora.


7º - Tire fotos. Saia por aí com uma câmera, celular, não importa o que seja, e fotografe tudo o que lhe trouxer inspiração. Tudo o que lhe despertar boas sensações. 

Faça cursos sobre assuntos diferentes. Ouça diferentes tipos de músicas. Dê um jeito de despertar diferentes tipos de emoções em si mesmo. Veja como as outras pessoas reagem aos diferentes tipos de emoções. Converse sobre todos os tipos de assuntos com diferentes tipos de pessoas. Jante em um restaurante diferente. Cozinhe você mesmo. Vá ao cinema sozinho. Faça uma maratona de filmes de épocas diferentes e/ou gêneros diferentes. Passe um dia inteiro dizendo sim para tudo. Passe um dia inteiro comendo tudo o que tem vontade, sem ter culpa. Converse com pessoas que vivenciam o tema sobre o qual você vai escrever. Tenha contato com a natureza.

Uma coisa que gosto muito de fazer é, de vez em quando, sentar no banco de uma praça – com um caderno – e escrever sobre tudo o que eu vejo. Todo e qualquer acontecimento.

Uma dica final é não passar o tempo todo se concentrando no que você vai precisar escrever sobre o que está vivenciando. Se concentre no que está a sua volta, vivencie cada momento. Mais tarde você pensa em fazer as anotações, ok?

Quando as pessoas terminam seus livros, além de terem tido uma boa história para vender nas livrarias, acabam tendo também boas histórias para contar sobre elas mesmas. Buscar inspiração é algo que todos, até quem não pensa em escrever livros, deveriam fazer. 

Espero que tenham gostado do tema de hoje! Deixem suas opiniões nos comentários, elas são importantes para nós!