Eu, meus medos e você

Queria entender como. Queria entender porque. Queria entender da onde foi que isso tudo surgiu. Não está sendo fácil de digerir as coisas, os sentimentos, as emoções, os medos, as inseguranças e as incertezas. 
Uma vez me disseram que eu só conseguiria seguir em frente quando todo o meu passado estivesse resolvido e eu estivesse pronta para deixa-lo no lugar em que ele está. No passado! Mas hoje, lendo um texto aleatório na internet, comecei a pensar na possibilidade de não existir isso de passado, presente ou futuro. Comecei a pensar na possibilidade de existirmos apenas nós e os nossos desejos. Como seria o nosso mundo se o espaço e o tempo não contasse mais como algo tão significativo? Talvez assim eu pudesse parar de me importar com os erros que cometi, os erros que cometeram comigo, os erros que posso voltar a cometer, e pensar no que eu quero neste exato momento. Minha mãe me diz que eu preciso pensar no que eu quero pra minha vida e em como eu vou lidar com ela no futuro. Mas não quero pensar em tantas coisas que nem sei como começar a fazer. Quero pensar no que eu quero fazer hoje, agora, já. Quero parar de me importar se as coisas vão dar certo ou se vão dar errado e simplesmente deixar que tudo aconteça como devem acontecer. 
Houve um dia em que tudo o que eu queria era uma terceira guerra mundial contra você. Eu não estava com medo, nesse dia. Eu tinha certeza do que eu queria. 
Eu não fazia ideia de que aquele seria o dia em que meu futuro medo começaria. Eu nem te conhecia. Você parecia alguém normal, com amigos normais, com piadas normais, com um sorriso normal. Mas você me cativou com o seu primeiro oi. Quem era aquele garoto por de trás das brincadeiras bobas? Acho que você queria era chamar atenção. Não sei se a minha, ou a dos seus amigos, ou se você queria apenas aparecer. Você foi idiota. Seus amigos foram idiotas. E eu não gosto de gente idiota. E senti tanta raiva por ter pensado que talvez fosse destino conhecer aquele cara idiota e sentir alguma coisa por ele. Sem ser raiva, claro. Você tem um péssimo jeito de querer chamar atenção, sabia? Mas agora eu te conheço. Agora eu sei que você não é nem um pouco idiota. Bobo talvez, mas não idiota. 
Talvez as coisas sejam comigo. Talvez o problema seja eu. Por que acho que sou a única pessoa que consegue me perder no seu abraço, no seu olhar, no seu beijo, no seu sorriso e ainda ficar com medo de como as coisas vão ser. 
Talvez eu simplesmente não queira que as coisas aconteçam. Mas uma hora ou outra alguma coisa iria acontecer, não é? Foi engraçado. 
Se eu gosto de você? É muito pouco tempo para que eu tenha certeza de alguma coisa. Se eu tenho medo de gostar? Isso já é uma outra história. Mas eu prometo que vou tentar fazer com que meu medo não atrapalhe as minhas certezas e você. Só não prometo que vou parar de ter raiva por você ter feito que a minha raiva se transformasse em destino. Por que fala sério, era pra ser!