Nunca fui boa com despedidas. Nunca consegui dizer adeus e simplesmente partir. Acho que não gosto de finais. Talvez seja medo deles. Medo de deixar aquilo que eu tanto gostava em troca de algo que nem conheço.
Mas os finais são necessários para que a vida continue e, assim, novas coisas possam surgir e acontecer. Talvez nos deixem mais felizes, talvez nos desesperemos por não saber como lidar. Mas de qualquer forma, não temos saída alguma. Temos que respirar fundo e continuar.
Dia desses estava pensando no que acontece depois que as coisas acabam. E estava pensando se teria capacidade suficiente de não desistir, mesmo que não seja nada do que eu estivesse esperando.
Abandonar pessoas, deixar os momentos só nas memórias, guardar as risadas e as brincadeiras numa caixinha trancada a sete chaves dentro do coração. Excluir aquela playlist velha que nos faz lembrar daquela pessoa que um dia fora especial. Parar de ir na mesma cafeteria. Esquecer um pouco dos filmes que nos faziam rir, por estarmos tão bem acompanhados, mesmo que estivéssemos péssimos, porque só a presença daquelas pessoas já nos faziam sorrir e esquecer que a vida lá fora esta guardando rancor. Porque o que existia entre as pessoas era amor e união. Aliás, ainda existe.
Não, não sei se estou pronta pra simplesmente abandonar tudo. Não sei se algum dia levarei isso como algo natural de acontecer.
Sempre fui do tipo de pessoa que agarro com os dois braços e as duas pernas, e não solto até que seja obrigada. Por alguns minutos pensei se era medo de ficar sozinha. Cheguei a conclusão de que não é não. Não gostar de finais significa que não estamos prontos para deixar tudo o que construímos e não de que temos medo de não ter mais ninguém. E mesmo que tenhamos, o final existe para que um novo começo venha e nos faça rir de outros ares, de outras pessoas, de outras piadas.
Convivemos com as pessoas e com as coisas tempo suficiente para que elas acrescentem algo necessário em nossas vidas. Mesmo que coisas ruins, porque mais tarde essas coisas ruins vão servir para que amadureçamos.
Se algum dia alguém me perguntar se me arrependo de ter chegado ao final e deixado nesse final tudo o que veio antes dele, eu vou dizer que não, porque é como uma amiga minha sempre me diz, às vezes temos que abrir mão de algumas coisas, por mais que sejam importantes, para que outras possam surgir.
Talvez eu não deixe cartas, mas prometo deixar sorrisos. Talvez eu não leve tudo comigo, mas prometo deixar uma parte de mim. Talvez eu não olhe mais para trás, mas prometo sempre olhar pra dentro e relembrar. Talvez eu perca as pessoas, mas prometo sempre me lembrar de todas elas como elas foram.
Talvez não exista mais nenhuma parte a ser vivida dessa história, mas prometo sempre contar sobre ela.
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ResponderExcluirDisse tudo e um pouco mais...Amei o blog *--*
ResponderExcluirAhhh obrigada Giu, que bom que você comentou meu blog hahaha *-*
ExcluirLindo texto sobre ótimos motivos para reflexão. Ao contrário, eu sou mais desapegada, sei dizer adeus embora eu saiba o quanto é difícil quando se ama muito uma pessoa, um momento ou fase da vida. Mas já fui bem mais dramática e neurótica pra isso tudo. E aprendi que vou ficar sofrendo com a minha dor enquanto as outras pessoas seguem em frente. Daí aprendi a seguir em frente também. Espero que você pratique e passe a encarar isto com naturalidade, sem dor. Porque é mais fácil de aceitar se for assim :)
ResponderExcluirAcho que você está certa rs. O problema é quando somos de tal forma por natureza, sabe? Fica mais complicado. Mas é como dizem, conforme as experiências acontecem, é mais uma lição pra nos tornar maduros e tudo mais. Mudar, amadurecer e crescer. Mas obrigada, adorei seu comentário *-* E espero que um dia eu também consiga ser assim rs.
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