O amor que achamos merecer

 

          Não sei não... Sei que preciso escrever. Sei que precisa ser sobre você. Porque ainda tem muita coisa aqui dentro que eu não consigo entender. Mas não estou conseguindo usar as palavras certas. Talvez porque ainda não entendo o que quero. Mas não pode ser com você. Não porque eu não queira, porque meu bem, é o que eu mais quero. Mas é como dizem, querer não é sinônimo de poder.

Não confunda as coisas, não é paixão. Isso de se apaixonar é cansativo e não é pra mim. O que eu quero? Me divertir, rir, sorrir e brincar. Brincar que não sinto nada por ninguém. Muito menos por alguém que está, já esteve ou ainda vai estar comigo. 

Li, certa vez, em um dos meus livros favoritos, que nós aceitamos o amor que achamos que merecemos. Talvez eu mereça mais. Mereça bem mais. Talvez eu mereça sentir aquele frio na barriga. Mereça não conseguir controlar o que sinto por alguém. Mereça que alguém tenha um efeito tão forte sobre mim que nem eu mesma saiba explicar o motivo de sorrir como boba ao escutar seu nome. Mereça receber uma mensagem de madrugada de uma pessoa com insônia, porque duas pessoas com insônia, juntas, é realmente muito bom. Mereça não ter medo. Mereça não ficar confusa. Mereça elogios ao invés de cantadas. Mereça palavras sinceras ao invés de vazias. Mereça alguém pra conversar ao invés de alguém pra me responder. Talvez eu mereça me divertir. Então não, eu não vou aceitar menos do que eu acho que mereço. Talvez eu esteja sendo exigente demais, mas pera ai, eu mereço, né?! 

Se as coisas fossem mais fáceis? Bem, elas perderiam a graça. Então você vê seus olhos e pensa que são os mais bonitos que já viu. Mas acaba se esquecendo de que, além de olhos bonitos, o interior também conta. E eu.. Eu me esqueci disso. 

Passamos tanto tempo procurando pelo estereótipo do cara ideal que não percebemos quando ele está bem aqui. Bem na nossa frente. Fechamos os olhos para os defeitos. Os ignoramos. Aguentamos. E então nos iludimos.
Então me pergunto, como ainda não percebemos que, quando é a pessoa certa, os defeitos não são ignorados? Eles acabam se transformando em qualidades.

A vida não nos preparou. A vida não me preparou. Não pra isso. E talvez, os olhos que me interessam me façam sofrer, futuramente. Talvez os olhos que me fazem sorrir não sejam tão cheios de sentimentos assim. Talvez além dos olhos, as palavras também. Todas vazias. Talvez...

Olhos são como janelas. São capazes de nos fazer enxergar como realmente são quem está por trás deles. E nos fazem acreditar no que, na verdade, nem estava ali.
O problema é que dificilmente percebemos que estamos nos encantando pelos olhos errados.
Mas as vezes escrever sobre pessoas seja a melhor forma de tirá-las de dentro de nós e esquecê-las.

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O post teve uma grande participação da nossa querida colaboradora Lana Vitoriano.