
Claro que, de certa forma, acabamos sendo influenciados pelo
que existe ao nosso redor, mas a maneira como transformamos e lidamos com as experiências,
sejam elas boas ou ruins, somos nós mesmos. Então hoje eu parei de tentar medir
as palavras e deixei que, de acordo com meu coração, as palavras fossem
fluindo.
Acordei seis horas da manhã na expectativa de que o dia fosse
produtivo. Tenho um esdrúxulo gosto por acordar cedo. Talvez meu processo
criativo seja matinal e não vespertino. O dia, até agora, foi uma merda. Nada
que agregasse. Ok, talvez não até antes de eu começar a escrever esse texto.
Então eu vou preferir chamar isto de carta ao invés de um
conto ou um texto aleatório. E como toda carta precisa de um destinatário, dedico
os próximos parágrafos para quem já olhou no espelho e sentiu ódio do que via.
Talvez se odiar não tenha nada a ver com como o mundo te vê,
mas sim como você se vê perante o mundo. Ou, na maioria das vezes, com nenhuma
das duas coisas.
Às vezes nos sentimos tão sobrecarregados e tão tomados
pelos problemas, mágoas, dores do passado, talvez até traumas, e ao invés de
enfrentá-los de uma vez, vamos acumulando-os e empurrando com a barriga até
onde dá. O problema é quando não conseguimos mais arcar com o peso de tudo
isso, então essa bola de neve acaba caindo em cima de nós. E o que era pra ser um fator externo acaba sendo refletido em como nos sentimos conosco. Às vezes
até mesmo na nossa aparência.
Algo que adoramos fazer é botar a culpa das pessoas pelo simples fato de não termos coragem de
olhar para nós mesmos. Enxergar o defeito do outro é sempre mais fácil do que assumir os nossos. Então, quando finalmente temos coragem de olhar pra
dentro de nós, lá pro coração, lá pro fundo da alma, só conseguimos ver uma
pilha de lixo. Por todas as partes.
Eu vejo os problemas das pessoas como um emaranhado de fios.
Se vemos esse emaranhado como um todo e entramos em desespero pra tirar todos
de uma vez, o emaranhado só tende a dar mais nós. Mas se desenrolamos um fio
de cada vez, mesmo que demore, uma hora acabamos conseguindo desemaranhar
todos.
E qual é o primeiro fio que você tentaria desenrolar? O da
superfície ou o do núcleo do emaranhado? Se nos sentimos tão mal conosco e não
sabemos por onde começar, talvez devêssemos resolver as coisas superficiais antes de tudo. E essa superficialidade acaba sendo ligada ao núcleo.
Sempre fui fiel à teoria de que o que é pra acontecer,
acontece na hora certa. Mas talvez isso de destino seja uma desculpa pra
esperar que as coisas se resolvam sozinhas ao invés de nós mesmos resolvê-las.
Os problemas são como um vestibular. Pense como o ensino
médio sendo a fase 1 da sua vida e a faculdade sendo a fase 2. Pra passar pra fase 2, você
precisa resolver o vestibular. Pra resolver as questões de um vestibular,
sempre começamos pelas mais fáceis e as difíceis deixamos pro final. De
qualquer forma, acabamos resolvendo todas as questões.
Então pare neste momento e faça uma lista com dois itens: “Quais
são os seus problemas” e “O que você pode fazer pra resolvê-los”.

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