Nós e as nossas bolhas

 
    De uns tempos pra cá comecei a pensar em todas as coisas ou pessoas que me magoaram de alguma forma. Comecei a pensar em que tipos de mudanças me ocorreram em cada uma das vezes. Comecei a pensar o quanto eu perdi a confiança no mundo e a vontade de me entregar de cabeça pra ele. E percebi que depois de tantas vezes caindo, recaindo e caindo de novo, acabei me alojando pelo chão mesmo, pra não ter o risco de cair mais uma vez.

Isso é medo, sim, eu sei. E eu juro que pensava que era a única pessoa que passava por isso. Mas na verdade, não sou não.

Sempre que passamos por alguma experiência ruim, seja ela qual for, acabamos nos fechando para qualquer coisa que surgir, com medo de que seja uma nova oportunidade de passar por algo parecido de novo. Isso acaba criando uma bolha ao redor de nós mesmos e a única pessoa que pode entrar dentro dela é quem a criou. Não vou dizer que isto é errado, porque não é. É apenas uma forma de autodefesa que acabamos aprendendo com o passar do tempo. O errado mesmo é jogar a culpa da criação dessa bolha para os outros, quando na verdade a culpa é nossa. E sendo um problema nosso, quem tem de enfrentar somos nós!

Com o tempo a gente aprende que se não deixar que as coisas simplesmente aconteçam agora, elas vão acabar tendo que acontecer em alguma hora de nossas vidas. 

Ano passado eu comecei a escrever um livro. E cada dia que se passava, e a cada coisa que eu escrevia, não sabia mais como ou o que escrever. E conforme eu não conseguia escrever, eu desistia. Ficava semanas e semanas, meses e meses sem nem tocar no arquivo do computador. Eu ficava tanto tempo sem tocar no livro por medo de tentar escrever e esse bloqueio que eu tinha de inspiração, voltar e me impedir de conseguir, que um dia eu acordei pro mundo e entendi que uma hora ou outra eu teria de enfrenta-lo. 

Porque se eu não tentasse agora, no futuro eu iria ter que tentar de novo. E isso vale para coisas, pessoas ou até mesmo momentos. E as pessoas incluem a nós mesmos. 

Não podemos culpar cada pessoa que cruzar o nosso caminho. Não podemos pedir para que cada uma delas nos cure dos medos do passado. Porque elas não irão cuidar. O máximo que podem fazer é nos dar conselhos. E sinceramente, os conselhos que iremos escutar são as mesmas coisas que já sabemos mas temos medo de admitir.

O que eu quero dizer com tudo isso é que não podemos deixar de fazer alguma coisa por medo de que o que deu errado, um dia, se repita. Tudo bem se você não enfrentar as coisas agora, mas algum dia o universo vai te colocar em um beco sem saída e você terá de enfrentar.

Se arrisque. E se você cair de novo, lembre-se que você conseguiu se levantar em todas as outras vezes, e que essa será só mais uma.

4 comentários :

  1. Concordo, temos de enfrentar tudo o que surgir pela frente! Também quero escrever um livro, e dessa vez prometi a mim mesmo que nunca me perdoaria se morresse sem escrevê-lo.

    Erick Blogando

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    1. Pooooor favor, não desista mesmo! É normal a inspiração falhar por uns tempos, o que não pode é deixar ela não voltar mais rs. A propósito, adorei teu blog *-*

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  2. Eu tenho esse problema de temer e desanimar frente a novos desafios. Mas eu não guardo mágoas, não fico rememorando cenas problemáticas da minha vidinha. Passou, sabe? Não guardo rancor de ninguém. O problema mesmo é eu, e tento melhorar na medida do possível.
    Boa sorte com o livro, Raianny!

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    1. Muito obrigada Marina, mas sabe, guardar rancor não é bom, mesmo! Dizem que, mesmo que não seja de todo o coração, devemos perdoar em voz alta todos os dias (pra nós mesmos), ai então, um dia simplesmente sai com o coração haha

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